E SURGE O PARTIDO VERDE EM ARROIO GRANDE!

No ano de 2008 foi dado o pontapé inicial para a fundação do Partido Verde (PV) em Arroio Grande. A sigla é uma das que mais crescem no Brasil e no mundo, e passa agora a ter representatividade também na Terra de Mauá.
O PV é um partido que não se aprisiona na estreita polarização da esquerda contra a direita. Situa-se à frente dessa disputa. Está aberto ao diálogo como todas as demais forças políticas com o objetivo de levar à prática as propostas e os programas verdes. A sigla identifica-se com o ideário de esquerda no compromisso com as aspirações da grande maioria trabalhadora da população e na solidariedade com todos os setores excluídos, oprimidos e discriminados, defendendo a redistribuição da renda, a justiça social e a priorização de atendimento aos desfavorecidos. Os “verdes” defendem ainda a democracia participativa, o fortalecimento dos municípios e, acima de tudo, a preservação e a valorização do meio ambiente dentro das esferas de poder público. Porém, cabe destacar que entre as diretrizes do PV não se encontra apenas a defesa às causas ambientalistas. A política verde é muito mais ampla e se estende ainda pela acessibilidade, incentivo, pluralização e difusão da cultura em suas diversas formas de manifestação; promoção e criação de mecanismos para garantir a cidadania; democratização e respeito às diferenças no exercício das gestões públicas e apoio e investimento no trabalho.
O Partido Verde nasceu em Arroio Grande no campo de oposição à administração municipal (PDT, PSDB, PT e PSB), porém, não adota uma política de “críticas sistemáticas e permanentes”, e sim busca construir um espaço embasado em proposições, criação de vias alternativas de desenvolvimento e novas formas de garantir a igualdade social aos arroiograndenses.
Através deste BLOG você poderá estar mais próximo das idéias do PV e da política que os verdes lutam para implantar em Arroio Grande e no resto do planeta. Venha você também fazer parte do Partido Verde e vamos juntos cobrir Arroio Grande com o verde da esperança e com o “V” da verdade, que está fazendo tanta falta no cenário político em geral.
Plante essa idéia!

Saudações verdes!


Sidney Bretanha
Presidente comissão provisória PV/AG

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

DA AMAZÔNIA AO ARROIO GRANDE (RESERVA LEGAL ZERO?)

Ao ler o jornal A Evolução, em um final de semana de outubro de 2008, me surpreendi com a repulsa dos agropecuaristas arroio-grandenses a respeito do decreto da Reserva Legal. Esta já existe em lei há bastante tempo, o Governo Federal está apenas tentando colocar em prática medidas que façam vigorar estas leis, para que assim a proteção ambiental se faça urgente, pois o uso indiscriminado dos Recursos Naturais empobrece a cada dia, mais e mais a nossa terra. O decreto do governo, visa medidas drásticas envolvendo multas capitais, que é a mesma linguagem dos ostentadores do poder, e excepcionalmente os atuais donos dos Recursos Naturais, bens que utilizam exclusivamente para ganhos capitais e que acaba gerando modificações irreversíveis dos ecossistemas naturais. Tudo em prol do desenvolvimento econômico, sem se importarem com as conseqüências dos impactos ambientais no futuro. As medidas do Governo em tirar as leis ambientais do papel, não atingem somente nossos produtores rurais, atinge os produtores amazonenses e seus desmatamentos, atinge o INCRA na reforma agrária (e que já se comprometeu na devolução de terras para formação da Reserva Legal), enquanto os detentores do poder econômico, políticos ou produtores rurais, defendem a Reserva Legal Zero. O desenvolvimento econômico a qualquer custo gerado a partir da super população, do empobrecimento e da necessidade do aumento crescente da produção alimentícia e desenvolvimento tecnológico, direta ou indiretamente, sempre irá envolver os cada vez mais escassos Recursos Naturais. O poder econômico se concentra mais e mais nas mãos de menos, há uma concentração do poder de resolução em um grupo cada vez mais seleto e que cultua as idéias ultrapassadas do governo ditador de algumas décadas atrás, onde se defendia o progresso acima de qualquer preço, até mesmo ao da devastação ambiental. O governo Federal está apenas cumprindo com o seu dever de cidadania, ou seja, o de defender os Recursos Naturais para o compromisso futuro com as novas gerações. Aqueles que estão batendo contra o decreto, muitos estão carecas de saber que a reserva legal está no papel há muito tempo, por conveniência é que não a colocaram em prática em todos estes anos de uso dos nossos Recursos Naturais. Acho que esta medida drástica do governo federal em prol da defesa dos Recursos Naturais, influenciará negativamente em suas futuras campanhas políticas, e será um prato cheio para a pequena massa seleta titular do poderio econômico, tentar assumir cargo maior, e a partir daí, fazer valer suas idéias capitais: as do desenvolvimento econômico em primeiro lugar, sem as cabíveis medidas preventivas contra os impactos de caráter ambiental e social. Quando vejo lideranças cultuando o poderio econômico frente aos problemas ambientais que se agravam a olhos vistos, desacredito na continuidade da espécie humana no planeta terra, e mais, na nossa excentricidade, deixaremos um planeta impróprio para a sobrevivência também das demais espécies. Ao escutar a palestra de Luiz Carlos Heinze, endossada pelo depoimento do Secretário da agricultura João Carlos Machado, do presidente da FARSUL Carlos Sperotto e do prefeito do município Jorge Cardozo, fica comprovado esta preocupação exclusiva da classe A com a “ecologia humana”. O termo ecologia envolve o planeta como um todo, ou seja, a interdependência que existe entre todos os seres vivos e o meio em que estão inseridos, portanto, não deve nem pode ser diferenciada em humana, animal, vegetal, etc, pois tudo faz parte de uma mesma cadeia. O desequilibro desta cadeia é que irá gerar danos muitas vezes irreversíveis a um grande número de espécies, hoje atingindo espécies não humanas, mas que no futuro poderão atingir diretamente sobre a nossa espécie se medidas preventivas não forem adotadas. Heinze fala que os ecologistas apenas defendem os animais sem se preocuparem com a espécie humana, citando como exemplo os atropelamentos no Taim. Eles deviam se preocupar com os motoristas acidentados e não com os animais atropelados. Quem conhece a faixa que atravessa o Taim, sabe das sinalizações com finalidade de evitar acidentes, estas sinalizações não são obedecidas por grande parte dos motoristas, como já pude presenciar no período em que estudei naquela localidade. Quanto maiores os veículos que trafegam naquela área, maior é o desrespeito com as sinalizações, sendo a maior parte dos acidentes decorrentes da imprudência dos motoristas. Portanto, não são os animais, não é a preocupação dos ecologistas com os animais a questão a ser defendida, mas sim a preocupação com o desrespeito da espécie humana com o ambiente em que vive. Parece que quanto mais protegidos pelo processo tecnológico moderno, maior a sensação de poder, e que nos torna seres agressivos e autoritários a defenderem apenas o que nos sustenta nesse falso poder. Se eu tenho um carro maior ou uma carreta esmago o que interromper meu caminho. Se eu tenho um carro de passeio, procuro respeitar as sinalizações pelos perigos que ameaçam a minha vida, não pelo perigo que ameaça as vidas que me cercam. Não estou defendendo a Reserva Legal, estou apenas argumentando a importância por qual esta lei foi feita, a importância de se proteger parte do Planeta para preservação das demais espécies e conseqüentemente a preservação das gerações futuras da nossa espécie. Estas dependem bem mais da inter-relação com o Meio Ambiente para uma vida saudável, do que das nossas questões econômicas. Todas as questões quando desprovidas de radicalismo são passíveis de soluções intermediárias, das quais se tira o mesmo ou até maior proveito que as soluções originais. Portanto, como agricultor, não defendo a Reserva Legal Zero, mas sim saídas que venham solucionar mais este impasse entre economia e preservação. Como a intenção da Reserva Legal é a proteção de 20% dos Recursos Naturais utilizados no processo de produção rural, porque não pegar como exemplo o município de Arroio Grande, fazer um estudo das áreas de maior dificuldade de produção e transformá-la em Reserva Legal, ainda existem tais áreas, a produção de arroz no projeto pró-várzea devastou grandes áreas de banhados, mas ainda restam grandes áreas de inundações periódicas que inviabilizam tais atividades, porque não em vez de invadi-las através da construção de diques anti-inundação, adquiri-las em um projeto de preservação? Quantas áreas na região de serra também resistiram ao aumento das lavouras de soja e que podem fazer parte de uma Reserva Legal? O que é antieconômico hoje poderá ser a chave na produção do amanhã. Se fosse criado um fundo de investimento envolvendo governo e produtores, se conseguiria verba para aquisição destas áreas e estas representariam no processo de preservação, maior utilidade se comparadas com o tabuleiro de xadrez que irão se tornar as terras produtivas do município. Portanto, não me importa ser ou não ser um ecopata, ou ostentador do poder econômico, mas saber que com tanta destruição por parte da espécie humana ao Planeta, esta ainda pode ser passível de reversão. Não adianta querermos que o governo nos pague para preservarmos como é feito nos EUA, somos um país pobre e com uma realidade bem diferente, se quisermos ter um futuro mais pródigo, temos que falar em eco-desenvolvimento e não no desenvolvimento socioeconômico como defendido pelas nossas lideranças até agora. A questão da Reserva Legal é muito mais ampla do que a preocupação com as capivaras do Taim ou a perda de capital envolvido, é o nosso futuro que está em questão, não só nosso como espécie humana, mas dos ecossistemas em que estamos inseridos e dos quais dependemos para nossa sobrevivência. Desta maneira, discordo de uma frase que escutei no final da palestra proferida pelo prefeito Jorginho, de que “embora a importância da preservação, ou nos pagam para preservar, ou Preservação Zero”, acho que o compromisso da preservação ambiental é de todos nós, sejamos governo ou cidadãos comuns, é importante nos mobilizarmos como um todo e não apenas como um grupo prejudicado, para que se encontre realmente soluções para o impasse e não simplesmente se deixem as coisas como estão, pois isto é comodismo. No comodismo a vida passa e morremos debruçados à janela sem dela participar, sem deixarmos nossas sementes, sem construirmos nossos sonhos.

José Bonifácio Garcia Soares
Ecólogo e colunista do Jornal Meridional

Um comentário:

  1. Era o que estava faltando em Arroio Grande!!!
    Um partido que apoiasse a cultura e os cuidados com o meio ambiente...Sem visar lucros pessoais!

    Sucesso na nova caminhada!!!

    Abraços!!
    Alexandra Carriconde.

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