E SURGE O PARTIDO VERDE EM ARROIO GRANDE!

No ano de 2008 foi dado o pontapé inicial para a fundação do Partido Verde (PV) em Arroio Grande. A sigla é uma das que mais crescem no Brasil e no mundo, e passa agora a ter representatividade também na Terra de Mauá.
O PV é um partido que não se aprisiona na estreita polarização da esquerda contra a direita. Situa-se à frente dessa disputa. Está aberto ao diálogo como todas as demais forças políticas com o objetivo de levar à prática as propostas e os programas verdes. A sigla identifica-se com o ideário de esquerda no compromisso com as aspirações da grande maioria trabalhadora da população e na solidariedade com todos os setores excluídos, oprimidos e discriminados, defendendo a redistribuição da renda, a justiça social e a priorização de atendimento aos desfavorecidos. Os “verdes” defendem ainda a democracia participativa, o fortalecimento dos municípios e, acima de tudo, a preservação e a valorização do meio ambiente dentro das esferas de poder público. Porém, cabe destacar que entre as diretrizes do PV não se encontra apenas a defesa às causas ambientalistas. A política verde é muito mais ampla e se estende ainda pela acessibilidade, incentivo, pluralização e difusão da cultura em suas diversas formas de manifestação; promoção e criação de mecanismos para garantir a cidadania; democratização e respeito às diferenças no exercício das gestões públicas e apoio e investimento no trabalho.
O Partido Verde nasceu em Arroio Grande no campo de oposição à administração municipal (PDT, PSDB, PT e PSB), porém, não adota uma política de “críticas sistemáticas e permanentes”, e sim busca construir um espaço embasado em proposições, criação de vias alternativas de desenvolvimento e novas formas de garantir a igualdade social aos arroiograndenses.
Através deste BLOG você poderá estar mais próximo das idéias do PV e da política que os verdes lutam para implantar em Arroio Grande e no resto do planeta. Venha você também fazer parte do Partido Verde e vamos juntos cobrir Arroio Grande com o verde da esperança e com o “V” da verdade, que está fazendo tanta falta no cenário político em geral.
Plante essa idéia!

Saudações verdes!


Sidney Bretanha
Presidente comissão provisória PV/AG

terça-feira, 24 de março de 2009

Hora do Planeta!!


Hora do Planeta...
O WWF-Brasil participa pela primeira vez da Hora do Planeta, um ato simbólico, que será realizado dia 28 de março, às 20:30h, no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global.

O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas.
Participe! É simples. Apague as luzes da sua sala.
Para saber mais informações sobre esta mobilização mundial, acesse: http://www.wwf.org.br/informacoes/horadoplaneta/

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O QUE É O DESERTO VERDE?

A expressão "deserto verde" ganhou amplo destaque na mídia nacional e internacional, especialmente na rede mundial de computadores, na denominada "mídia alternativa". O que é afinal o "deserto verde" e como podemos conceituá-lo para vincular e compreender os assuntos a ele pertinentes?Temos no Brasil como em nenhuma parte do resto do mundo, imensas propriedades especializadas no cultivo de um só produto, com alta tecnologia, mecanização - às vezes irrigação - pouca mão-de-obra, e por isso, falam com orgulho que conseguem alta produtividade do trabalho. Tudo baseado em baixos salários, uso intensivo de agrotóxicos e de sementes transgênicas. Voltado para exportação, principalmente para indústria de papel e celulose, o deserto verde vem crescendo a partir da produção principalmente de eucaliptos e de soja e tem se expandido por diversas regiões do Brasil. Com relação ao eucalipto, atualmente 100% da produção de papel e celulose no Brasil emprega matéria-prima de áreas de reflorestamento, sendo de eucalipto (65%) e pinus (31%). Entretanto, longe estamos de poder chegar à conclusão de que podemos ficar tranqüilos e que há preservação ambiental. Segundo a consultora de meio ambiente do Idec, Lisa Gunn, utilizar madeira de área reflorestada é sempre melhor do que derrubar matas nativas, mas isso não quer dizer que o meio ambiente está protegido. "Quando o reflorestamento é feito nos moldes de uma monocultura em grande extensão de terras, não é sustentável porque causa impactos sociais e ambientais, como pouca oferta de empregos e perda de biodiversidade". Sob o argumento de reflorestamento, criam-se verdadeiros desertos verdes de produção de madeira para fábricas de celulose. O eucalipto é a principal espécie dessa estratégia e danifica o solo de forma irreparável: uma vez plantado, não é possível retomar a fertilidade da terra e seus minerais. Além disso, as raízes do eucalipto penetram nos lençóis freáticos, prejudicando o abastecimento de água das regiões. Cada pé de eucalipto é capaz de consumir 30 litros de água por dia. De acordo com algumas pesquisas científicas, a monocultura do eucalipto, por exemplo, consome tanta água que pode afetar significativamente os recursos hídricos. Segundo Daniela Meirelles Dias de Carvalho, geógrafa e técnica da Fase, organização não-governamental que atua na área sócio-ambiental, só no norte do Espírito Santo já secaram mais de 130 córregos depois que o eucalipto foi introduzido no estado. Outro indício da devastação e do desequilíbrio ambiental causados pelo plantio de eucalipto é o assoreamento dos rios, hoje praticamente secos, uma vez que a espécie consome muita água. A falta d'água não aflige só os animais, como também impede a produção de qualquer tipo de alimento. O amendoim cresce raquítico, o feijão não se desenvolve, o milho não nasce, deixando claro que a improdutividade da terra generalizou-se para além das áreas onde estão as plantações de eucalipto. O plantio de eucalipto em locais de baixa umidade chegou a secar poços artesianos com até 30 metros de profundidade, deixando a população local sem água. O eucalipto tem alto consumo de água, pois tem uma grande evapotranspiração, podendo ressecar o solo, secar olhos d’água, baixar o lençol freático, secar banhados, diminuir a água dos pequenos córregos e riachos, etc. As fábricas de celulose são também grandes consumidoras de água, com uso de muitos produtos químicos para o branqueamento da celulose, tendo sempre presente o risco de acidentes ambientais. Outro impacto ambiental causado pelo monocultivo do eucalipto é a redução da biodiversidade da flora e da fauna. O eucalipto causa também a degradação da fertilidade dos solos, exigindo grandes investimentos de recuperação posterior à colheita e compactação pelo uso de máquinas pesadas.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

ACESSIBILIDADE E INSENSIBILIDADE

Durante as eleições de 2008 a administração municipal deu início à construção de rampas de acesso para cadeirantes em várias esquinas do centro da cidade. Evidente que a ação governamental merece elogios e é um primeiro passo para que no futuro se possa garantir acessibilidade para todos em Arroio Grande. Porém, cabe lembrar que de nada adianta os cadeirantes conseguirem subir à calçada se não for possível trafegar sobre ela. Grande parte das calçadas é irregular e a população continua construindo livremente “degraus” em frente a seus imóveis. Claro que os políticos do executivo haverão de se defender alegando que este é um problema de conscientização, quando na verdade trata-se de ausência de fiscalização, falta de políticas voltadas à cidadania e deficiência do plano diretor da cidade.
O poder executivo não tem somente a obrigação de gerenciar os recursos públicos, mas também de zelar pelo bem da comunidade, tomando atitudes (quando necessárias) que garantam o bem estar da maioria. A questão é a seguinte, e nos desculpem a sinceridade, a prefeitura simplesmente não impede os munícipes de construírem degraus na frente de suas residências para não gerar antipatia política. Mais uma vez fica caracterizado o interesse eleitoreiro superando a responsabilidade e o real desempenho das funções no serviço público. Se dermos uma volta por Arroio Grande veremos o quanto não existe acessibilidade em nosso município. Mas a administração municipal “enche a boca e estufa o peito” para se vangloriar de suas novas rampas e quando criticados ainda “fazem beicinho e lamentam não receberem apoio da oposição, quando eles pobrezinhos estão se empenhando tanto para lutar em prol da acessibilidade”. Aqueles discursos demagogos e pseudohumildes que todos nós já estamos carecas de ouvir Por Aqui.
Porém, é preciso que se tenha conhecimento que, além da administração do PDT não fiscalizar os obstáculos construídos nas calçadas, para não perder sua reputação de “boazinha” (e nem perder votos), também construiu rampas totalmente fora dos padrões e quase sem utilidade. A grande maioria destas “obras” do governo municipal não ajuda em nada os cadeirantes e ainda cria novas dificuldades para o tráfego de pedestres que não são cadeirantes (principalmente idosos e crianças). As inclinações das rampas, por exemplo, desobedecem às normas técnicas (exigidas no Decreto Lei 163/2006, será que alguém da prefeitura já ouviu falar?), logo se tornam um grande perigo para os usuários (FIGURA 03). Na esquina da Av. Visconde de Mauá com a Rua Osmar Machado algumas rampas até parecem ter sido elaboradas para a realização de manobras de skate. Se um cadeirante tentar descer da calçada usando a rampa, certamente vai se estatelar de cara nos paralelepípedos. Isso sem contar que a pintura das rampas é 100% fora dos padrões legais. A legislação diz que as rampas devem ser pintadas de azul com a figura do cadeirante em branco. Ainda são permitidas duas variações: rampa preta com figura em branco e rampa branca com figura em preto.
(A indicação de acessibilidade das edificações, do mobiliário, dos espaços e dos equipamentos urbanos deve ser feita por meio do símbolo internacional de acesso. A representação do símbolo internacional de acesso consiste em pictograma branco sobre fundo azul (referência Munsell 10B5/10 ou Pantone 2925 C). Este símbolo pode, opcionalmente, ser representado em branco e preto (pictograma branco sobre fundo preto ou pictograma preto sobre fundo branco). A figura deve estar sempre voltada para o lado direito, Nenhuma modificação, estilização ou adição deve ser feita a este símbolo, seguindo como exemplo a FIGURA 02. – Decreto Federal 5.296 de 2004)
As nossas rampas, em Arroio Grande, só para variar contrariam as regras. A administração utilizou uma cor “levemente chamativa” e bem no período eleitoral (porque será?). Rampas amarelo-ouro com figuras azuis, a comprovação definitiva que tais obras revelam muito exibicionismo e pouca eficácia. Até pode ter ficado bem bonitinho, só que é importante que se saiba que padrões legais existem para garantir a ordem. É como se o prefeito resolvesse trocar as cores do semáforo porque não gosta do vermelho e sim do azul. Não precisa ser muito inteligente e nem ter muito estudo para constatar que o resultado será uma “bagunça generalizada”. Pequenas infrações, como estas das rampas, aliadas à falta de interesse e conhecimento adequado se tornam um legítimo atestado da incompetência daquele(s) que se encontra(m) à frente desta área no poder executivo. Fica a impressão que o “fazendo acontecer”, que pautou a filosofia eleitoral da atual administração, na verdade é “fazer mal feito, aconteça o que acontecer”, afinal quem critica não passa de recalcado, derrotado e não ajuda em nada. Então, na esperança que alguém leia esse texto e relate ao prefeito (já que ele próprio já disse que não lê os jornalecos de sua cidade e não se importa com a opinião da oposição), ficam registradas as seguintes sugestões/colaborações:
1) Fiscalizar as obras particulares em andamento, indicando aos proprietários a garantia do tráfego de cadeirantes sobre as calçadas;
2) Montar uma “diligência da cidadania”, avaliando as calçadas já existentes, solicitando e incentivando (através de apoio técnico e com material) a adaptação às normas legais;
3) Reavaliação das inclinações das rampas já construídas, adaptando às normas legais ou alterando o local, para um mais adequado no mesmo quarteirão.
4) Realização de campanhas educativas (ainda que pequenas) sobre acessibilidade;
5) Alterar as pinturas das rampas já construídas (e com inclinações aceitáveis) para os padrões legais (FIGURA 01).
Boa sorte aos administradores e que Deus ajude todos nós (principalmente os cadeirantes).


Sidney Bretanha
Músico e empresário

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

DA AMAZÔNIA AO ARROIO GRANDE (RESERVA LEGAL ZERO?)

Ao ler o jornal A Evolução, em um final de semana de outubro de 2008, me surpreendi com a repulsa dos agropecuaristas arroio-grandenses a respeito do decreto da Reserva Legal. Esta já existe em lei há bastante tempo, o Governo Federal está apenas tentando colocar em prática medidas que façam vigorar estas leis, para que assim a proteção ambiental se faça urgente, pois o uso indiscriminado dos Recursos Naturais empobrece a cada dia, mais e mais a nossa terra. O decreto do governo, visa medidas drásticas envolvendo multas capitais, que é a mesma linguagem dos ostentadores do poder, e excepcionalmente os atuais donos dos Recursos Naturais, bens que utilizam exclusivamente para ganhos capitais e que acaba gerando modificações irreversíveis dos ecossistemas naturais. Tudo em prol do desenvolvimento econômico, sem se importarem com as conseqüências dos impactos ambientais no futuro. As medidas do Governo em tirar as leis ambientais do papel, não atingem somente nossos produtores rurais, atinge os produtores amazonenses e seus desmatamentos, atinge o INCRA na reforma agrária (e que já se comprometeu na devolução de terras para formação da Reserva Legal), enquanto os detentores do poder econômico, políticos ou produtores rurais, defendem a Reserva Legal Zero. O desenvolvimento econômico a qualquer custo gerado a partir da super população, do empobrecimento e da necessidade do aumento crescente da produção alimentícia e desenvolvimento tecnológico, direta ou indiretamente, sempre irá envolver os cada vez mais escassos Recursos Naturais. O poder econômico se concentra mais e mais nas mãos de menos, há uma concentração do poder de resolução em um grupo cada vez mais seleto e que cultua as idéias ultrapassadas do governo ditador de algumas décadas atrás, onde se defendia o progresso acima de qualquer preço, até mesmo ao da devastação ambiental. O governo Federal está apenas cumprindo com o seu dever de cidadania, ou seja, o de defender os Recursos Naturais para o compromisso futuro com as novas gerações. Aqueles que estão batendo contra o decreto, muitos estão carecas de saber que a reserva legal está no papel há muito tempo, por conveniência é que não a colocaram em prática em todos estes anos de uso dos nossos Recursos Naturais. Acho que esta medida drástica do governo federal em prol da defesa dos Recursos Naturais, influenciará negativamente em suas futuras campanhas políticas, e será um prato cheio para a pequena massa seleta titular do poderio econômico, tentar assumir cargo maior, e a partir daí, fazer valer suas idéias capitais: as do desenvolvimento econômico em primeiro lugar, sem as cabíveis medidas preventivas contra os impactos de caráter ambiental e social. Quando vejo lideranças cultuando o poderio econômico frente aos problemas ambientais que se agravam a olhos vistos, desacredito na continuidade da espécie humana no planeta terra, e mais, na nossa excentricidade, deixaremos um planeta impróprio para a sobrevivência também das demais espécies. Ao escutar a palestra de Luiz Carlos Heinze, endossada pelo depoimento do Secretário da agricultura João Carlos Machado, do presidente da FARSUL Carlos Sperotto e do prefeito do município Jorge Cardozo, fica comprovado esta preocupação exclusiva da classe A com a “ecologia humana”. O termo ecologia envolve o planeta como um todo, ou seja, a interdependência que existe entre todos os seres vivos e o meio em que estão inseridos, portanto, não deve nem pode ser diferenciada em humana, animal, vegetal, etc, pois tudo faz parte de uma mesma cadeia. O desequilibro desta cadeia é que irá gerar danos muitas vezes irreversíveis a um grande número de espécies, hoje atingindo espécies não humanas, mas que no futuro poderão atingir diretamente sobre a nossa espécie se medidas preventivas não forem adotadas. Heinze fala que os ecologistas apenas defendem os animais sem se preocuparem com a espécie humana, citando como exemplo os atropelamentos no Taim. Eles deviam se preocupar com os motoristas acidentados e não com os animais atropelados. Quem conhece a faixa que atravessa o Taim, sabe das sinalizações com finalidade de evitar acidentes, estas sinalizações não são obedecidas por grande parte dos motoristas, como já pude presenciar no período em que estudei naquela localidade. Quanto maiores os veículos que trafegam naquela área, maior é o desrespeito com as sinalizações, sendo a maior parte dos acidentes decorrentes da imprudência dos motoristas. Portanto, não são os animais, não é a preocupação dos ecologistas com os animais a questão a ser defendida, mas sim a preocupação com o desrespeito da espécie humana com o ambiente em que vive. Parece que quanto mais protegidos pelo processo tecnológico moderno, maior a sensação de poder, e que nos torna seres agressivos e autoritários a defenderem apenas o que nos sustenta nesse falso poder. Se eu tenho um carro maior ou uma carreta esmago o que interromper meu caminho. Se eu tenho um carro de passeio, procuro respeitar as sinalizações pelos perigos que ameaçam a minha vida, não pelo perigo que ameaça as vidas que me cercam. Não estou defendendo a Reserva Legal, estou apenas argumentando a importância por qual esta lei foi feita, a importância de se proteger parte do Planeta para preservação das demais espécies e conseqüentemente a preservação das gerações futuras da nossa espécie. Estas dependem bem mais da inter-relação com o Meio Ambiente para uma vida saudável, do que das nossas questões econômicas. Todas as questões quando desprovidas de radicalismo são passíveis de soluções intermediárias, das quais se tira o mesmo ou até maior proveito que as soluções originais. Portanto, como agricultor, não defendo a Reserva Legal Zero, mas sim saídas que venham solucionar mais este impasse entre economia e preservação. Como a intenção da Reserva Legal é a proteção de 20% dos Recursos Naturais utilizados no processo de produção rural, porque não pegar como exemplo o município de Arroio Grande, fazer um estudo das áreas de maior dificuldade de produção e transformá-la em Reserva Legal, ainda existem tais áreas, a produção de arroz no projeto pró-várzea devastou grandes áreas de banhados, mas ainda restam grandes áreas de inundações periódicas que inviabilizam tais atividades, porque não em vez de invadi-las através da construção de diques anti-inundação, adquiri-las em um projeto de preservação? Quantas áreas na região de serra também resistiram ao aumento das lavouras de soja e que podem fazer parte de uma Reserva Legal? O que é antieconômico hoje poderá ser a chave na produção do amanhã. Se fosse criado um fundo de investimento envolvendo governo e produtores, se conseguiria verba para aquisição destas áreas e estas representariam no processo de preservação, maior utilidade se comparadas com o tabuleiro de xadrez que irão se tornar as terras produtivas do município. Portanto, não me importa ser ou não ser um ecopata, ou ostentador do poder econômico, mas saber que com tanta destruição por parte da espécie humana ao Planeta, esta ainda pode ser passível de reversão. Não adianta querermos que o governo nos pague para preservarmos como é feito nos EUA, somos um país pobre e com uma realidade bem diferente, se quisermos ter um futuro mais pródigo, temos que falar em eco-desenvolvimento e não no desenvolvimento socioeconômico como defendido pelas nossas lideranças até agora. A questão da Reserva Legal é muito mais ampla do que a preocupação com as capivaras do Taim ou a perda de capital envolvido, é o nosso futuro que está em questão, não só nosso como espécie humana, mas dos ecossistemas em que estamos inseridos e dos quais dependemos para nossa sobrevivência. Desta maneira, discordo de uma frase que escutei no final da palestra proferida pelo prefeito Jorginho, de que “embora a importância da preservação, ou nos pagam para preservar, ou Preservação Zero”, acho que o compromisso da preservação ambiental é de todos nós, sejamos governo ou cidadãos comuns, é importante nos mobilizarmos como um todo e não apenas como um grupo prejudicado, para que se encontre realmente soluções para o impasse e não simplesmente se deixem as coisas como estão, pois isto é comodismo. No comodismo a vida passa e morremos debruçados à janela sem dela participar, sem deixarmos nossas sementes, sem construirmos nossos sonhos.

José Bonifácio Garcia Soares
Ecólogo e colunista do Jornal Meridional